Ensinar caligrafia não é coisa do passado, não é algo puramente mecânico, pois saber escrever de forma legível é tão importante quanto saber falar, cantar, desenhar ou pintar.

O grafismo é uma das mais importantes formas de expressão do ser humano, o desenho e a escrita são as manifestações culturais mais usuais, já que desde os tempos das cavernas o homem escreve para que o outro leia e estas manifestações servem para os mais variados propósitos perante a sociedade moderna.

O ensino da caligrafia no contexto escolar tem por objetivo alfabetizar o educando para que escreva com legibilidade e fluência, pois o “a” ou “b” que uma determinada pessoa escreve não pode ser somente legível para esta pessoa, ele precisa ser o “a” e o “b” que qualquer leitor possa entender. O uso funcional da escrita requer que ela seja feita num ritmo adequado as exigências da escola e da vida. 
Na escola há um tempo para tudo, inclusive para copiar o que está no quadro, para formular respostas por escrito, para fazer redações e anotações. Na vida existem os recados, bilhetes escritos, as atas, os registros e diversas outras situações em que precisamos escrever em tempo real, na velocidade da fala e é de conhecimento de todos que a fluência da escrita não desobriga nem a legibilidade, nem a correção ortográfica.

Portanto, mesmo na era digital a caligrafia continua sendo um imperativo de sucesso escolar e social e justifica-se continuar ensinando caligrafia, porque por mais que as crianças e jovens de hoje vivam em torno da informatização e sejam influenciados a todo momento por ela, não significa que tudo o que elas leem e escrevem passa pelo computador. A caligrafia também ajuda na ortografia dos alunos, bem como no bom desenvolvimento das redações escolares, pois é necessário escrever de forma funcional tanto na escola quanto na vida e esta escrita precisa ser compatível com as exigências de cada situação.

Junto com a leitura, a escrita constitui a principal ferramenta de trabalho da escola e da vida social e intelectual, o domínio de ambas é essencial para assegurar a participação dos indivíduos em qualquer ambiente em que estejam inseridos, ou seja, são instrumentos para o exercício da cidadania.